FIBROMIALGIA


O que é?

   Fibromialgia ou Síndrome da Fibromialgia (CID-10 M79.7 / CID 11 - MG30.01) é uma doença crônica que submete uma dor difusa a pessoa, causando dificuldade em identificar um ponto específico, apesar da dor em uma ou mais regiões do corpo. A Fibromialgia causa muita sensibilidade para toques nas regiões doloridas e essas dores podem migrar de um lugar para outro.

   As dores de Fibromialgia ainda causam angústia e sentimento de impotência perante às crises. A falta de esperança para obter uma cura, pode trazer mais sofrimento ao fibromiálgico.



Quais sintomas?

·       Dor difusa pelo corpo;

·       Maior sensibilidade ao toque;

·       Alteração do sono / sono profundo interrompido;

·       Síndrome das Pernas Inquietas;

·       Síndrome da Apneia do Sono;

·       Fadiga (cansaço extremo);

·       Baixa tolerância ao exercício;

·       Depressão;

·       Ansiedade;

·       Angústia;

·       Alterações de memória e de atenção;

·       Síndrome do Intestino Irritável;

·       Bexiga mais sensível;

·       Dormência nas extremidades (pés e/ou mãos);

·       Dores de cabeça frequentes;

·       Maior sensibilidade aos estímulos ambientais (sons, luz, cheiros, etc);


O que causa a fibromialgia?

   Ainda não existe uma justificativa para a ocorrência da Síndrome da Fibromialgia, mas estudos indicam que o cérebro da pessoa fibromiálgica tem seus receptores de dor com alguma “desregulagem”,

...seria como se o cérebro das pessoas com Fibromialgia interpretasse de forma exagerada os estímulos, ativando todo o sistema nervoso para fazer a pessoa sentir mais dor. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA, 2011)

   Ilustrando melhor, imagine que esse receptor seja como um radar de velocidade. Esse sensor é feito para identificar um valor específico de velocidade do veículo que passar na área de detecção. Suponha que o radar deveria detectar e multar os carros acima de 50Km/h de velocidade, mas por estar desregulado, o radar identifica como alta velocidade os carros que passem por ele acima de 10Km/h. Assim parece funcionar o cérebro do fibromiálgico; um toque um pouco apertado pode disparar a sensação de dor.


Como é feito o diagnóstico?

   É necessária a avaliação médica, especialmente do Reumatologista e Neurologista. É muito difícil chegar ao diagnóstico, visto que não existe um exame específico para identificar a síndrome, de modo que o médico solicitará diversos exames com o intuito de descartar outras doenças, para então diagnosticar a Síndrome da Fibromialgia de acordo com os sintomas.


Qual é o impacto na saúde mental?

   As dores diárias se tornam um tormento, quase uma tortura para a pessoa sofredora dessa síndrome. Com as dores, seu sono não tem qualidade; o humor se transforma, por mais que a pessoa seja “alto-astral”, podendo demonstrar irritação e/ou choro constante. A ansiedade pode chegar em níveis clínicos pela pessoa não enxergar um futuro melhor e a busca imediata do alívio parecer inalcançável. Com a desesperança de cura ou alívio, surgem angústias que podem chegar depressão. Percebendo que não tem mais energia para realizar atividades que lhe eram tão simples, corriqueiras ou prazerosas, deparando-se com a decadência do nível cognitivo, da atenção e da memória, a pessoa pode se sentir incompetente e inútil, sendo levada à depressão profunda.

   A falta de informação e compreensão sobre a Síndrome da Fibromialgia pode causar preconceito e estigma social contra a pessoa diagnosticada. Sua falta de entusiasmo para levantar da cama ou sair de casa e seu constante cansaço pode ser visto como “preguiça” e suas dores interpretadas como “frescura”.

   O fibromiálgico pode se sentir envergonhado imaginando que será julgado como “pessoa chata”, que está sempre reclamando de dores, muitas vezes escondendo o que sente enquanto sofre com a insegurança.


Qual é a importância do acompanhamento médico, psicológico e nutricional?

   Mediante todos os impactos causados pela Síndrome da Fibromialgia, o tratamento multidisciplinar combinado com atividades físicas pode trazer um grande alívio à pessoa, possibilitando a retomada da produtividade que tanto almeja.

   Diagnosticando a Síndrome da Fibromialgia, o médico indicará o melhor tratamento para os sintomas, com o objetivo de minimizar as dores e melhorar o sono.

   O psicólogo ajudará na compreensão das limitações do paciente e auxiliará, propondo estratégias para melhoria do cotidiano adaptado a sua realidade; fornecerá meios para auxiliar nas questões relacionadas ao que está vivendo e sentindo para o melhor enfrentamento do problema e as mudanças necessárias. O psicólogo pode intervir ainda orientando as relações entre o fibromiálgico e os seus familiares.

   Construir junto ao paciente novos mecanismos de defesa, pensamentos positivos, novos comportamentos e hábitos são facilitadores para diminuir a frequência e intensidade das dores. Além disso, a psicoterapia trabalha com o conhecimento do próprio corpo e suas manifestações. Assim, facilita-se a percepção de problemas instalados de forma indevida. (CIARDULLO e BASSAN, 2017)

   O nutricionista irá equilibrar a alimentação para melhoria das funções físicas, incluindo alimentos com nutrientes antioxidantes e anti-inflamatórios, além de vitaminas e minerais importantes para a saúde emocional. Através da alimentação, o paciente pode aumentar a quantidade de neurotransmissores que promovem a sensação de bem estar.


Existe cura para a Fibromialgia?

   Infelizmente ainda não há cura para a Síndrome de Fibromialgia, mas ela pode ser controlada, não causando danos às articulações, músculos e órgãos internos e o mais importante, ela não é fatal.

É muito importante que a pessoa com Fibromialgia entenda que a atividade física regular terá que ser mantida para o resto da vida, pelo risco de a Fibromialgia voltar se esta atividade for interrompida. Diferentemente de outras enfermidades reumatológicas, como a Artrite Reumatoide e Artrose, a Fibromialgia não causa deformidades ou incapacidades físicas graves. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA, 2011)




Autora: Priscila Stacul Siqueira

Psicóloga Clínica e Jurídica